ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS X AVALIAÇÃO

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Pensamos na inclusão escolar e social como princípio fundamental para valorizar a diversidade humana, exigindo reflexões e mudanças nos modos de vida, uma ação que objetiva aceitar o outro em sua singularidade.

Atualmente é muito comum nos depararmos com professores angustiados em como avaliar seus alunos com necessidades educacionais especiais, porém, esse sentimento é normal, pois tal avaliação é de fato uma questão que gera angústia, é nesse momento que colocamos à prova nossa capacidade como transmissores do conhecimento.

Devemos compreender que crianças com necessidades educacionais especiais têm suas limitações, tendo todo o direito de serem avaliadas dentro de suas possibilidades.

A avaliação faz parte do sistema educacional, cabendo ao  sistema de ensino  dar base para que o aluno construa conceitos e tenha experiências sociais de forma a ser útil participativo e atuante na sociedade, desse modo, a avaliação é um importante processo do indivíduo como um cidadão, pois através dela podemos diagnosticar o conhecimento que o aluno assimila, desenvolve, raciocina e constrói conceitos que levam a investigação e solução para os problemas da sociedade na condição de ser também parte dela.

Ao utilizarmos a avaliação temos em mãos um grande instrumento medidor, pois através dela podemos perceber o quanto e como essa criança está ou não evoluindo. Não podemos pensá-la apenas como um instrumento que nos permiti dar uma nota ao aluno, embora seja claro, precisamos cumprir com as normas legais da educação. Dentre cada linha de pensamento ou procedimento, cabe ao professor analisar seus alunos, conhecer o aluno com necessidades educacionais especiais, traçar metas respeitando suas limitações para dessa forma poder avalia-lo.

Devemos entender e tratar a avaliação como processo de inclusão humana e social no qual todos os alunos devem ser avaliados da mesma forma através de diversas atividades, até mesmo com provas, desde que sejam consideradas como meio e não fim.

Para os professores que atuam em turmas do 1º ao 5º ano uma dica de avaliação é traçar as metas individuais de seus alunos utilizando os parâmetros curriculares da Educação Infantil, elaborando questões para as provas nas quais se trabalhe conceitos, cores, iniciando a alfabetização em atividades apenas com vogais iniciais e finais, nome do aluno (1º nome e/ou nome completo), problemas que envolvam números em quantidades pequenas e pontuar essas questões de acordo com o grau de dificuldade exigido em cada uma.

Lembremos que também é possível avaliar um aluno sem necessariamente fazer uso de papel, utilizando jogos de encaixe, atividades que trabalhem coordenação motora, atividades da vida diária nas quais o próprio professor poderá fazer uso de um gráfico ou tabela no qual estará mapeando a evolução de seu aluno ao longo do ano letivo, estipulando uma pontuação diferenciada para cada atividade.

Pensemos na escola como um local cujo papel é o de desenvolver o potencial de cada aluno, respeitando as características individuais, auxiliando na superação dos pontos fracos, evitando que as crianças não sejam excluídas no processo aprendizagem, rotuladas nem tão pouco discriminadas.

Toda criança é capaz de aprender, cada uma há seu tempo, umas mais rápidas, outras não.

Abraços

Maria Isabel Pardim Gottardo

Pedagoga pós-graduada em Psicopedagogia, exercendo o magistério há 23 anos.

Diagnóstico, um documento que requer cuidados.

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Nunca se falou tanto em diagnóstico como nos últimos anos e precisamos tomar muito cuidado com isso, principalmente quando nos referimos às síndromes, transtornos e dificuldades.

Quem convive com pessoas especiais sabe que, por exemplo, um Down nunca será como outro, um autista, um disléxico, etc., por isso, existe tanta nomenclatura para síndromes tão parecidas, que para muitos parecem a mesma coisa.
Outro fato importante é não “rotular” a pessoa que recebeu algum diagnóstico, como: nunca será capaz de, não aprenderá, não trabalhará, não falará; apontamentos estes extremamente marcantes na trajetória de vida de qualquer ser humano.
Independente do diagnóstico, ou, se sequer exista um, a preocupação deve estar no olhar que se tem para essa pessoa, em acolhê-la, ensiná-la, demonstrar carinho, amor, respeito e investir nela sim, pois como qualquer outra, tem o direito de viver e usufruir de uma melhor vivência possível.
Como todos, aprenderá ao seu modo e no seu tempo e o que realmente for necessário para o seu dia-a-dia, precisamos perceber do que ela necessita para conseguir viver o mais independente que puder.
Não é um diagnóstico que mudará a pessoa. Saber ao certo o que se tem, ajuda muito no tratamento e em outros fatores, mas, um autista não será mais ou menos autista porque foi diagnosticado assim, continuará sendo uma pessoa, seu filho, seu aluno, seu neto. O que mudará é o seu olhar e as suas atitudes para fazer a diferença em sua vida.

Bom, fico por aqui e espero que tenham gostado do texto.

Obrigada por sempre nos acompanhar.

Abraços,
Daniela Gazafi

Crédito da imagem: casadaconsultoria.com.br

“Mude seu olhar, faça a diferença!”

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A cada dia que passa as ideias acerca dos conceitos sobre a inclusão tem tomado uma proporção significativa nos espaços sociais e principalmente, nos educacionais.

Debater e refletir sobre as diferentes formas de pensar sobre o ato de incluir, não é fácil, mas acreditem… É possível.

A inclusão representa uma concepção de educação internacionalmente unânime e tem diversas leis que a sustentam.

Todas as pessoas têm direito e possibilidades éticas e morais cabíveis a qualquer indivíduo, mas infelizmente, são camufladas pela palavra “deficiência” que por fim, anula a pessoa como um ser humano e a rotula como sinônimo de diferença e/ou desigualdade social.

Sem falar na atenção especial que precisamos ter, quando se trata de analisar os direitos a educação.

Não sou tão alienada, ao ponto de dizer aqui, que as mudanças devem ocorrer obrigatoriamente de um dia para o outro, não, não… Mas confesso que gostaria através de nossas assessorias e apoio, plantar uma sementinha em seu coração, que cultivada diariamente, possa crescer e encorajá-lo a mudar o seu olhar.

Todos nós professores, somos passíveis de desafios, tendo ou não, alunos com deficiência na sala de aula, mas digo que é um erro pensar, que a aprendizagem das pessoas com deficiência é atributo somente dos professores habilitados. Devemos de fato, nos convencer que todos os alunos podem aprender alguma coisa, basta, apenas termos criatividade, autonomia e confiança de criarmos boas condições de aprendizagem, propondo sem medo a estes alunos, ações que tenham alguma funcionalidade pra ele.

Grande parte dos professores teme em não estar preparado para a inclusão, mas envolvidos pelo medo do desconhecido, esquecem-se de procurar parceiros que possam ajuda-los a esclarecer suas dúvidas e dar sugestões. Está no sufoco? Peça ajuda!

E lembre-se, nenhuma aprendizagem é igual à outra, portanto, uma prática pedagógica inclusiva consciente, deve contar com as observações. Anote as dificuldades, habilidades e avanços de seu aluno. Sempre planeje suas atividades com base em uma meta individual e não do grupo, assim você conhecerá melhor seu aluno e se sentirá mais confiante.

Pois acredite: Você pode. Você consegue.

Para refletir:

O professor necessita de ajuda para trabalhar com a inclusão, mas a maior ajuda virá por certo de si mesmo, com a compreensão de que o medo que revela é gerado pelo medo que pensa que precisa ter.” –  Celso Antunes – Inclusão e Medo

Resumindo: “Mude seu olhar, faça a diferença!”

Forte Abraço

Joana Canfora

Créditos da imagem: http://escolasinclusivas.blogspot.com.br/2011/04/duvidas-sobre-inclusao.html

Condições de Aprendizagem

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Desde que nascemos estamos aprendendo. O mundo já está organizado e temos que nos integrar as suas normas sociais, e aí, vamos nos estruturando e organizando nossa aprendizagem.

Na escola também é assim. Quando um aluno começa o seu primeiro dia de aula ele tem pela frente muitas coisas para aprender. Porém, a aprendizagem (qualquer que seja) só ocorrerá na presença de condições adequadas.

Estas condições estão ligadas a fatores externos, relacionados à família, escola (incluindo a metodologia utilizada por ela) e a fatores internos como o desenvolvimento neuropsicológico, por exemplo, que pode causar um déficit na aprendizagem.

Apesar de muitos professores não acreditarem, a aprendizagem é possível de acontecer na Educação Especial.

A partir do momento em que a Educação Inclusiva surgiu como um novo referencial, o medo tomou conta dos professores. E agora? Como ensinar esses alunos?

É importante refletir sobre o potencial das pessoas com Necessidades Educacionais Especiais e a possibilidade de ocorrer uma aprendizagem efetiva.

Na verdade não existe nenhuma receita ou manual específico que explique como fazer com que um aluno com NEE aprenda, justamente porque não há diferença entre a aprendizagem dele e de outro aluno.

O especial da Educação Especial é o olhar. Olhar para cada um, individualmente, e se conscientizar de que ele é único e, por isso, é necessária uma prática educativa diferenciada respeitando o tempo e o ritmo do aluno.

Espero ter colaborado com vocês!

Um beijo,

Juliana

Equipe Matherna

 

Crédito de imagem: pibid-bio-uepg.blogspot.com

“As crianças não sabem o que é preconceito até que um adulto lhe ensine.”

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O tema dessa vez é sobre um assunto difícil e delicado, mas que também me intriga e atrai.

É triste saber que em pleno século XXI ainda é tão forte o PRECONCEITO. Com espantosos avanços, em todas as áreas, o ser humano ainda não conseguiu se abster de tal comportamento.

Algo tão forte e marcante com as pessoas deficientes, que só desejam viver o mais “normal” possível.

Certa vez me veio à mente uma frase assim: “O deficiente quer participar do mundo como ele é. Ele não quer que o mundo mude por sua causa”. E em minha trajetória, trabalhando com inclusão, percebi que as pessoas mais preconceituosas acham que precisarão mudar o mundo que vivem quando aceitarem alguém diferente dos seus padrões. Mas também aprendi a entender que isso é normal.

Quando nos deparamos com algo que não conhecemos a primeira atitude é a de rejeição e aí cabe a cada um sair da sua zona de conforto e procurar entender o que está acontecendo ou continuar rejeitando.

Só quem convive com um ou vários deficientes sabe o quanto isso é gratificante, prazeroso e torna-se uma lição de vida indescritível.

Crianças que possuem a oportunidade de conviver com um amigo especial, tornam-se mais tolerantes, pacientes, gentis e colaboradoras. Quem não quer um futuro com pessoas assim?

Crianças não sabem o que é preconceito até que um adulto lhe ensine.

E cabe a nós, adultos mostrarmos em que mundo nossos filhos vivem. Mundo repleto de diversidades e diferenças e que pode ser habitado por pessoas amorosas, generosas, e totalmente sem preconceito. Um mundo bom em que todos possam ter o seu lugar assegurado, não por leis, mas pelo respeito mútuo.

Agradeço mais uma vez o tempinho que muitos de vocês disponibilizaram pra dar uma espiadinha no nosso blog.

Continuem nos acompanhando e, por favor, mandem suas opiniões e sugestões.

Ah… não esqueçam de assistir aos curtas da “Heloísa” e do “Cuerdas”, disponíveis aqui no blog.

Um grande abraço,

Daniela Gazafi

Adaptação Curricular

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Cada escola faz seu planejamento e se organiza de acordo com o conhecimento que se deseja que o aluno construa.

No entanto, sabemos que a sala de aula, é um ambiente de diversidade. Nenhum aluno é igual ao outro. Cada um possui suas peculiaridades, além de possuírem habilidades e dificuldades distintas.

Desta forma, as atividades previstas devem ser planejadas para atender a todos.

É necessário que se tenha um olhar diferenciado para que o professor consiga fazer uma boa observação e identificar as necessidades de seus alunos.

Uma vez essas necessidades sinalizadas cabem ao professor elaborar a forma de planejar suas atividades para que o conteúdo proposto chegue ao aluno de forma mais natural e funcional.

E como fazer isso?

As atividades devem ser significativas, devem ter algum contexto na vida do aluno.

Por exemplo:

Aluno: João, Deficiente Intelectual, 8 anos, não alfabetizado.

Meta: Conhecer e identificar as letras do seu nome.

Pensando neste caso:

O que valeria João aprender todas as letras do alfabeto se em seu nome é necessário compreender apenas as letras J, O e A?

O que valeria João aprender números até o 20, 30 se seu nome tem 4 letras, sua idade é 8 anos e suas mãos tem 10 dedos?

Será que seria útil João saber distinguir o que é letra bastão e letra cursiva?

Vamos pensar?

Diga-me: o que é mais importante?

  • Que o professor dê conta de todas as atividades preocupando-se apenas com a transmissão de conteúdos?
  • Que o aluno não compreenda as atividades em sua totalidade, mas que consiga realizar todos os registros das atividades propostas?
  • Que o aluno não compreenda as atividades em sua totalidade, não consiga fazer todos os registros e na avaliação, consiga uma pontuação mínima necessária?

Ou

  • Que o aluno compreenda a ideia das atividades propostas e consiga demonstrar seus conhecimentos da melhor forma possível, sem se preocupar com registros e avaliações?

O que eu quero dizer?

Que não importa o modo que o aluno transmita seus conhecimentos, se há ou não registros, mas sim, a forma que ele demonstra ter entendido sobre a ideia proposta pela atividade.

É importante respeitar o tempo da criança/adolescente para a realização das atividades propostas, é necessário agir com naturalidade e trabalhar com os demais estudantes sobre as diferenças.

Desmistificar a deficiência evita rejeição ou superproteção e trabalhar com a funcionalidade estimula o aprendizado e cria um clima de colaboração para garantir com sucesso, a inclusão.

É isso.

Forte Abraço

Joana Canfora

Imagem do Filme: “Como estrelas na Terra – Toda criança é especial “- filme indiano de 2007 que trata sobre a dislexia.

Autismo: Verdades e Mitos

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Atualmente ainda é um grande mistério que envolve o Autismo. Ano após ano, muitas concepções têm surgido a fim de dar uma causa concreta ao surgimento da síndrome, desta forma, a presente publicação foi elaborada com o propósito de elucidá-los sobre algumas  VERDADES e MITOS em torno do Autismo, tema que ainda tanto assusta.

O que é o Autismo?

O Autismo é um transtorno bem mais comum do que se imagina, mas a ignorância a respeito da doença ainda está longe de ser incomum. Os familiares e os próprios autistas sofrem muito preconceito.

Apesar de não existir um número oficial, estima-se que 2 milhões de pessoas apresentem algum grau desse transtorno no Brasil.

Segundo a CID – 10, o autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos.

  • NÃO HÁ CURA PARA O AUTISMO!

VERDADE: o Autismo é um Transtorno do Desenvolvimento e pode gerar diferentes graus de comprometimento. Para que o Autista se torne mais independente e tenha mais qualidade de vida, é importante um bom tratamento e acompanhamento com profissionais (Fonoaudiólogo, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, etc.)

  • OS AUTISTAS VIVEM NO MUNDO DELES!

MITO: O mundo é o mesmo. O que ocorre é que o autista interage de forma diferente. Ele tem dificuldades em deduzir os sentimentos ou estados mentais de seus pares, o que os tornam incapazes de interpretar e analisar o comportamento social das outras pessoas. Isso pode levar a uma grande dificuldade em desenvolver o relacionamento social.

  •  SÃO SUPERINTELIGENTES!

MITO: Os Autistas dizem muito mais do que entendem. Existem muitos autistas com inteligência normal e uma parcela apresenta intelecto acima da média (Síndrome de Asperger). Estes tem o que é conhecido por “Ilhas do Conhecimento” – são bons em certo assunto, de acordo com sua habilidade específica mais desenvolvida (Matemática, memória, Domínio da Tecnologia, Pintura ou Música). Por vezes, acredita-se que possuem boa inteligência devido ao vocabulário amplo como forma de se expressar, no entanto, essas habilidades são repetidas de dados decorados.

  •  A CULPA É DA MÃE!

MITO: Há cerca de 60 anos atrás, surgiu a expressão “mães geladeiras”, criando uma legião de mães culpadas, frustradas e sem acolhimento da sociedade.

Hoje se sabe muito bem que o transtorno é de origem orgânica, estrutural. Porém as causas do Autismo ainda é uma incógnita.

Este é, sem dúvida, o pior mito em relação ao autismo!

  •  OS AUTISTAS TÊM PROBLEMA DE COMUNICAÇÃO, INTERAÇÃO SOCIAL E COMPORTAMENTO!

VERDADE: Estas características são comuns a qualquer indivíduo com autismo. Porém, o nível de comprometimento em cada uma dessas áreas, varia consideravelmente. Veja alguns exemplos:

  • Dificuldade na interação social como contato visual, expressão facial, gestos, dificuldade em fazer amigos, dificuldade em expressar emoções;
  • Prejuízo na comunicação como dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso repetitivo da linguagem;
  • Alterações comportamentais como não saber brincar de faz de conta, padrões repetitivos de comportamentos, ter muitas “manias” e apresentar intenso interesse por algo específico como a asa de um avião, por exemplo.
  •  NÃO ENTENDE O QUE ESTÁ ACONTECENDO AO REDOR!

MITO: Entre os indivíduos autistas existem repertórios diferentes, alguns compreendem e se interessam mais que os outros. O fato de interagir menos não significa que esteja ausente.  Ele pode captar o que ocorre a sua volta, mas sob o prisma de sua peculiaridade cognitiva.  Muitas vezes, mostram uma sensibilidade aumentada a estímulos e mudanças sutis na rotina, o que não acontece com indivíduos sem o transtorno.

 OS AUTISTAS GRITAM, ESPERNEIAM E PROVOCAM GRANDE CONFUSÃO AO SEU REDOR!

VERDADE: Aliás, qualquer criança pode fazer isso (mesmo sem autismo). O que acontece é que muitos autistas, principalmente os mais típicos e intensos, têm uma baixa tolerância a ambientes com muito estímulo e que não passam familiaridade. Nesse caso é importante o acompanhamento profissional, que vai ajudar a criança e os pais a lidarem com essa situação.

  •  HÁ VÁRIOS TRATAMENTOS PARA AMENIZAR OS SINTOMAS!

VERDADE: Um autista nunca é igual ao outro, por isso o tratamento deve ser individualizado – o que dá certo para um, pode não dar certo para outro.

As terapias devem se complementar de forma abrangente, sempre com a intenção de reduzir comportamentos e sintomas disfuncionais e consolidar atitudes positivas, favorecendo a integração, socialização e engajamento.

Podem ser usadas: análises comportamentais, treinamento de linguagem, tratamento medicamentoso (para alguns sintomas), fisioterapia, terapia ocupacional, habilidades motoras e atividades cotidianas.

Importante ressaltar que quanto mais precoce for o diagnóstico e início do tratamento, melhores os resultados.

Sabemos que o tratamento é contínuo, desgastante e caro, por isso é importante a participação de entidades pró autistas e instituições especializadas.

 Bem, o conhecimento não tem limites. Eu poderia abordar muitos mitos e verdades a respeito do Autismo, mas meu intuito foi o de apenas aguçar curiosidades sobre os desafios e surpresas que surgem.

E são estes desafios que me levam a cada dia me encantar pelo Autismo e me estimular a conhece-los melhor, superando barreiras e quebrando preconceitos!

 Beijos

Juliana Valarini

 

 Fontes:

 Curso: https://www.portaleducacao.com.br/

 Livros:

GRINKER, Roy Richard. 2010. Autismo: um mundo obscuro e conturbado. Tradução de Catharina Pinheiro. São Paulo: Larrousse do Brasil.

SCHWARTZMAN, J. S.; Assumpção Jr. F.B. – Autismo Infantil. Mennon Eds.; São Paulo, 1995.

Página do Facebook:

Autismo e Intelectualidade (https://www.facebook.com/autismoeintelectualidade?fref=ts)

Legislação

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No Brasil, atualmente contamos com muitas leis e decretos que garantem tanto o acesso como a permanência de crianças com necessidades especiais em escolas de ensino regular.

Sabemos que na realidade, a prática não é bem assim e muitos pais desses alunos já passaram por isso e podem falar melhor do que eu a respeito desse assunto.

Listo aqui algumas dessas leis, diria as principais para consulta e entender um pouco melhor esses direitos:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988.

BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre as necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.

BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtien/Tailândia, 1990.

BRASIL. Decreto n° 186, de 09 de julho de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.

BRASIL. Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Guatemala: 2001.

BRASIL. Decreto n° 6.571, de 17 de setembro de 2008.  Dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na  

BRASIL. Ministério da Educação.  Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. In: Secretaria de Educação Especial / Ministério da Educação.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2006.

O Brasil promulga a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU/2006), por meio do Decreto n° 6949/2009, assumindo o compromisso de assegurar o acesso das pessoas com deficiência a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e adotar medidas que garantam as condições para sua efetiva participação, de forma que não sejam excluídas do sistema educacional geral em razão da deficiência.

O Decreto n° 7.611/2011 corrobora as orientações para a construção de sistemas educacionais inclusivos, que garantam às pessoas com deficiência o acesso ao sistema regular de ensino.

Para a efetivação do direito inalienável à educação, este Decreto, em seu art. 1°, incisos I e III, dispõe: O dever do estado com a educação das pessoas público alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:

I garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades;

III não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência.

SILUK, Ana Cláudia Pavão. Atendimento Educacional Especializado: Contribuições para a prática Pedagógica. Santa Maria: Mec, 2012.

Não nos esquecendo que as leis só terão efeito quando respeitadas e fiscalizadas , pois no nosso caso, a Inclusão é um assunto que diretamente ou indiretamente faz parte da vida de todos.

Fico por aqui e não se esqueçam de acompanharem o blog, que sempre contará com novidades e assuntos de interesse geral.

Um beijo e até mais,

Daniela Gazafi

EQUIPE MATHERNA

Falta de orientação e acompanhamento

Integration, Foto: Serge Waldbillig

Sabemos que o processo de inclusão vem sendo muito discutido atualmente.

Muitas são as opiniões a respeito.

Uma série de legislações vem ao longo da última década contornando a educação especial, em função da educação inclusiva e em consequência afetando a formação dos professores para atuação em sala de aula.

As documentações legais levam os professores a enfrentarem um grande desafio, que precisa ser viabilizado o quanto antes: o de receber o aluno com deficiência na sala comum e no ensino regular. Mas esse novo e grande desafio acaba gerando um grande impacto na sociedade.

Mas este processo de enfrentar o novo envolve não só o professor, mas a comunidade escolar como um todo.

“A escola é um dos segmentos da sociedade que deverá redesenhar-se para atender a todos. O novo desenho da escola não se restringe à sua estrutura física e aos materiais disponibilizados para a aprendizagem, pois é uma escola que reconhece que cada aluno é diferente e o seu desafio consiste em valorizar estas diferenças para o enriquecimento da ação pedagógica.” (Atendimento Educacional Especializado – UFSM – 2012 – p. 87)

Sendo assim, muitas vezes os professores se sentem perdidos, sem saber por onde começar.

E agora? Como proceder? O que fazer?

A necessidade existe e está abraçando o professor.

O que nos cabe é fazer o professor mudar o modo de ver este abraço e principalmente, fazer senti-lo.

O reconhecimento dessa necessidade não torna o professor peregrino solitário em busca por caminhos de ajuda e atualizações, mas é imprescindível que temos que tornar público a necessidade de mostrar ao professor de sala regular que ele não está sozinho nessa. Que existem pessoas interessadas em auxiliá-lo e acolhe-lo em sua ansiedade, medos, dúvidas e angústias.

Talvez de fato, exista sim ainda, e infelizmente também, uma certa resistência nessa aceitação coletiva do novo, mas a vida é assim. Temos que diariamente enfrentar o que não sabemos o que está por vir, e depois de assimilado o desafio, saber acomodá-lo da melhor forma a nossa rotina, no caso da escola, ao nosso planejamento.

Conforme o artigo 58º – §1º da LDB, Lei nº 9394/96, no qual consta que “haverá quando necessário, serviços de apoio especializado na escola regular para atender às peculiaridades da clientela da educação especial” (BRASIL, 1996), o aluno já tem sua “lei” garantida, mas o professor também precisa de serviços de apoio, para que ele, na ausência do profissional da educação especial, possa sem limites e medos, lidar com as habilidades e dificuldades do aluno com deficiência que a ele foi designado.

Só assim, com o acolhimento visto de todas as formas que o professor poderá superar suas limitações quanto à inclusão e fazer enxergar as habilidades que existem nele que ainda não foi estimulada.

Mas como? Que tipo de acolhimento seria esse?

Bem, o simples fato de chegar até o professor e querer ouvi-lo, já é de grande valia, mas sabemos que pode ser mais que isso:

  1. Ouvir o professor em suas angústias, tentar juntos pontuar as dificuldades encontradas (as habilidades também) e tentar achar uma solução para aquele problema encontrado;
  2. Oferecer cursos dinâmicos e interessantes vinculados ao estudo de caso encontrado na escola, pois não adianta nada oferecer cursos só por oferecer, sem dar funcionalidade a ele;
  3. Roda de conversa com toda a equipe escolar (digo toda mesmo: docentes e não docentes) para abordar o caso, pois sabemos que coletivamente podemos compartilhar ações e ter novas ideias e planejamentos;
  4. Convidar a família constantemente para que o professor possa conhecer o histórico de vida do aluno e fazer links com a rotina do aluno em sala de aula/escola;
  5. Conhecer os outros profissionais que atuam com o aluno, para que o professor possa compartilhar algumas situações encontradas e ser orientado da melhor forma possível;
  6. Ter algum profissional habilitado para lhe dar um suporte, lhe estimular uma confiança, para que sozinho, ele possa conduzir a aula sem medos e aflições.

Os professores também precisam ser respeitados tendo ou não leis que os amparam, afinal, são cidadãos como qualquer outro (com ou sem deficiência) e como tal, precisa ser incluído na sociedade.

E pra você?

A inclusão se restringe somente ao aluno com deficiência?

Compartilhe conosco sua opinião.

Forte abraço

Joana

Equipe Matherna