Adaptação Curricular

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Cada escola faz seu planejamento e se organiza de acordo com o conhecimento que se deseja que o aluno construa.

No entanto, sabemos que a sala de aula, é um ambiente de diversidade. Nenhum aluno é igual ao outro. Cada um possui suas peculiaridades, além de possuírem habilidades e dificuldades distintas.

Desta forma, as atividades previstas devem ser planejadas para atender a todos.

É necessário que se tenha um olhar diferenciado para que o professor consiga fazer uma boa observação e identificar as necessidades de seus alunos.

Uma vez essas necessidades sinalizadas cabem ao professor elaborar a forma de planejar suas atividades para que o conteúdo proposto chegue ao aluno de forma mais natural e funcional.

E como fazer isso?

As atividades devem ser significativas, devem ter algum contexto na vida do aluno.

Por exemplo:

Aluno: João, Deficiente Intelectual, 8 anos, não alfabetizado.

Meta: Conhecer e identificar as letras do seu nome.

Pensando neste caso:

O que valeria João aprender todas as letras do alfabeto se em seu nome é necessário compreender apenas as letras J, O e A?

O que valeria João aprender números até o 20, 30 se seu nome tem 4 letras, sua idade é 8 anos e suas mãos tem 10 dedos?

Será que seria útil João saber distinguir o que é letra bastão e letra cursiva?

Vamos pensar?

Diga-me: o que é mais importante?

  • Que o professor dê conta de todas as atividades preocupando-se apenas com a transmissão de conteúdos?
  • Que o aluno não compreenda as atividades em sua totalidade, mas que consiga realizar todos os registros das atividades propostas?
  • Que o aluno não compreenda as atividades em sua totalidade, não consiga fazer todos os registros e na avaliação, consiga uma pontuação mínima necessária?

Ou

  • Que o aluno compreenda a ideia das atividades propostas e consiga demonstrar seus conhecimentos da melhor forma possível, sem se preocupar com registros e avaliações?

O que eu quero dizer?

Que não importa o modo que o aluno transmita seus conhecimentos, se há ou não registros, mas sim, a forma que ele demonstra ter entendido sobre a ideia proposta pela atividade.

É importante respeitar o tempo da criança/adolescente para a realização das atividades propostas, é necessário agir com naturalidade e trabalhar com os demais estudantes sobre as diferenças.

Desmistificar a deficiência evita rejeição ou superproteção e trabalhar com a funcionalidade estimula o aprendizado e cria um clima de colaboração para garantir com sucesso, a inclusão.

É isso.

Forte Abraço

Joana Canfora

Imagem do Filme: “Como estrelas na Terra – Toda criança é especial “- filme indiano de 2007 que trata sobre a dislexia.

Professor, você pode! Você consegue!

  1. O professor precisa conhecer as habilidades e dificuldades de seus alunos.
  2. Se por acaso alguma criança demonstrar dificuldades evidentes na realização de alguma atividade, o professor deve comunicar a coordenação de sua escola para que a criança possa ser encaminhada a uma equipe multidisciplinar e que possa ser acompanhada com mais atenção.
  3. Deve se ter muito cuidado ao sinalizar que alguma criança tenha Necessidades Educacionais Especiais, pois um diagnóstico correto depende de uma série de procedimentos, como por exemplo: a observação constante da criança, a análise de uma equipe multidisciplinar e questões emocionais, culturais e econômicas.
  4. Caso alguma criança seja de fato, identificada com Necessidades Educacionais Especiais, o professor precisa ter seu planejamento flexível e fazer uso de métodos diversificados na sala de aula. É preciso colocar o assunto/ conteúdo de várias formas diferentes até que seja possível ao aluno compreendê-lo.
  5. É importante que o professor consiga tirar do conteúdo pedagógico algo que tenha alguma funcionalidade na vida do aluno.
  6. Os professores nunca devem:
  •  ressaltar as dificuldades os alunos e diferenciá-los dos demais;
  • expressar impaciência diante das dificuldades;
  • corrigir os erros com frequência na frente dos demais colegas;
  • ignorar as dificuldades da criança ou forçar a criança fazer lições quando tiverem nervosas por não terem conseguido.

Lembre-se professor: cada caso é um caso e temos que respeitar as diferenças e principalmente o tempo que cada um assimila o conteúdo proposto.

 

Crédito da imagem: http://www.telessaude.uerj.br/escola/

Observe, identifique, pratique!

  1. Conseguir através de observações, conhecer e identificar as habilidades e dificuldades de cada criança.
  2. Elaborar através destas observações, um planejamento que seja funcional as peculiaridades de cada criança.
  3. Se necessário, realizar ajustes na escola e sala de aula, oferecendo oportunidades a todos que nela circulam.
  4. Realizar tarefas e procedimentos escolares adaptados e alternativos, condizentes ao que a criança sinaliza necessitar.
  5. Criar estratégias e métodos voltados para as dificuldades específicas das crianças.
  6. Refletir sobre o papel dos familiares, responsáveis e comunidade escolar no processo inclusivo.
  7. Elaborar provas avaliativas adaptadas conforme as habilidades apresentadas pelo aluno.

(Créditos da imagem: http://marciosouzavereador.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html)

Não desistir de incluir!

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Um momento, um minuto, o meu olhar e a vida inteira para amar o Luiz Felipe, meu sobrinho com Síndrome de Down e que aos sete anos de idade sinto um amor incondicional. Foi Deus quem me proporcionou um anjo tanto real, que me faz feliz e me faz buscar o melhor para oferecer somente a ele.

Quando Felipe nasceu, foi um momento de reflexão e sabedoria para decidir o que fazer e/ou como fazer, experiência nenhuma com pessoas com comportamento intelectual, mesmo com algumas das minhas irmãs formadas em pedagogia, buscamos como começar, foi bem difícil, no começo, adaptar-se ao tempo dele. O primeiro momento foi uma conversa com Deus, as lágrimas rolando, de joelhos e o milagre de D’Ele acontecendo. Deus disse que era para essa família que o Felipe tinha que ficar, Minha ascendência é prestigiado por ter uma criança especial. Nele aprendi o verdadeiro sentido da vida, o amor próprio e a certeza de lidar com as diferenças. Já não sei mais viver sem ele. Felipe é contagiante, alegre, esta sorrindo o tempo todo, e lógico, como todas as crianças Felipe é MUITO bagunceiro.  Não posso desviar o meu olhar que ele logo pensa em uma arte. Deus me escolheu para dar aquele amor de tia e levar o máximo de experiência para ele.

Mas a sociedade infelizmente busca o preconceito. Precisamos divulgar a inclusão dessas na sociedade e buscar ajuda por uma inclusão já. Enxergo nos olhares um sentimento de dó, mas para que sentir dó? Eles não necessitam de nada diferente em relação às outras pessoas. Vamos parar e pensar! As noticias que encontramos na mídia quando o assunto é a SD sempre será a evolução e capacidade deles.  Por exemplo.

Com o apoio da família e pela própria determinação, Pedro Carreira, 19, começa esse ano no SENAC uma nova jornada no curso de Gastronomia.

Débora de Araújo Seabra de Moura, 32, primeira professora Down no Brasil e ainda escreveu o livro “Debora Conta Historias”

Esses dois exemplos acho muito interessante para quem não acredita que podemos inseri-los de forma adequada e igualada.

A inclusão para essas pessoas está cada vez mais difícil de ser entendido. Vamos ser diferentes, vamos buscar o melhor para eles, precisamos procurar a vontade de querer vencer esses obstáculos que eles enfrentam. Ser racional e imparcial é o que será diferenciado para que eles se sintam inseridos em uma sociedade onde sempre haverá pessoas maldosas e de pouco coração.

Eu quero buscar o melhor para o Felipe e você, não quer preparar um futuro melhor para o seu filho? Lembre-se que amar é permitido!

Priscila Barbosa, Jornalista e Luiz Felipe de sete anos.

Santo André, SP.

Autismo: Verdades e Mitos

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Atualmente ainda é um grande mistério que envolve o Autismo. Ano após ano, muitas concepções têm surgido a fim de dar uma causa concreta ao surgimento da síndrome, desta forma, a presente publicação foi elaborada com o propósito de elucidá-los sobre algumas  VERDADES e MITOS em torno do Autismo, tema que ainda tanto assusta.

O que é o Autismo?

O Autismo é um transtorno bem mais comum do que se imagina, mas a ignorância a respeito da doença ainda está longe de ser incomum. Os familiares e os próprios autistas sofrem muito preconceito.

Apesar de não existir um número oficial, estima-se que 2 milhões de pessoas apresentem algum grau desse transtorno no Brasil.

Segundo a CID – 10, o autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos.

  • NÃO HÁ CURA PARA O AUTISMO!

VERDADE: o Autismo é um Transtorno do Desenvolvimento e pode gerar diferentes graus de comprometimento. Para que o Autista se torne mais independente e tenha mais qualidade de vida, é importante um bom tratamento e acompanhamento com profissionais (Fonoaudiólogo, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, etc.)

  • OS AUTISTAS VIVEM NO MUNDO DELES!

MITO: O mundo é o mesmo. O que ocorre é que o autista interage de forma diferente. Ele tem dificuldades em deduzir os sentimentos ou estados mentais de seus pares, o que os tornam incapazes de interpretar e analisar o comportamento social das outras pessoas. Isso pode levar a uma grande dificuldade em desenvolver o relacionamento social.

  •  SÃO SUPERINTELIGENTES!

MITO: Os Autistas dizem muito mais do que entendem. Existem muitos autistas com inteligência normal e uma parcela apresenta intelecto acima da média (Síndrome de Asperger). Estes tem o que é conhecido por “Ilhas do Conhecimento” – são bons em certo assunto, de acordo com sua habilidade específica mais desenvolvida (Matemática, memória, Domínio da Tecnologia, Pintura ou Música). Por vezes, acredita-se que possuem boa inteligência devido ao vocabulário amplo como forma de se expressar, no entanto, essas habilidades são repetidas de dados decorados.

  •  A CULPA É DA MÃE!

MITO: Há cerca de 60 anos atrás, surgiu a expressão “mães geladeiras”, criando uma legião de mães culpadas, frustradas e sem acolhimento da sociedade.

Hoje se sabe muito bem que o transtorno é de origem orgânica, estrutural. Porém as causas do Autismo ainda é uma incógnita.

Este é, sem dúvida, o pior mito em relação ao autismo!

  •  OS AUTISTAS TÊM PROBLEMA DE COMUNICAÇÃO, INTERAÇÃO SOCIAL E COMPORTAMENTO!

VERDADE: Estas características são comuns a qualquer indivíduo com autismo. Porém, o nível de comprometimento em cada uma dessas áreas, varia consideravelmente. Veja alguns exemplos:

  • Dificuldade na interação social como contato visual, expressão facial, gestos, dificuldade em fazer amigos, dificuldade em expressar emoções;
  • Prejuízo na comunicação como dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso repetitivo da linguagem;
  • Alterações comportamentais como não saber brincar de faz de conta, padrões repetitivos de comportamentos, ter muitas “manias” e apresentar intenso interesse por algo específico como a asa de um avião, por exemplo.
  •  NÃO ENTENDE O QUE ESTÁ ACONTECENDO AO REDOR!

MITO: Entre os indivíduos autistas existem repertórios diferentes, alguns compreendem e se interessam mais que os outros. O fato de interagir menos não significa que esteja ausente.  Ele pode captar o que ocorre a sua volta, mas sob o prisma de sua peculiaridade cognitiva.  Muitas vezes, mostram uma sensibilidade aumentada a estímulos e mudanças sutis na rotina, o que não acontece com indivíduos sem o transtorno.

 OS AUTISTAS GRITAM, ESPERNEIAM E PROVOCAM GRANDE CONFUSÃO AO SEU REDOR!

VERDADE: Aliás, qualquer criança pode fazer isso (mesmo sem autismo). O que acontece é que muitos autistas, principalmente os mais típicos e intensos, têm uma baixa tolerância a ambientes com muito estímulo e que não passam familiaridade. Nesse caso é importante o acompanhamento profissional, que vai ajudar a criança e os pais a lidarem com essa situação.

  •  HÁ VÁRIOS TRATAMENTOS PARA AMENIZAR OS SINTOMAS!

VERDADE: Um autista nunca é igual ao outro, por isso o tratamento deve ser individualizado – o que dá certo para um, pode não dar certo para outro.

As terapias devem se complementar de forma abrangente, sempre com a intenção de reduzir comportamentos e sintomas disfuncionais e consolidar atitudes positivas, favorecendo a integração, socialização e engajamento.

Podem ser usadas: análises comportamentais, treinamento de linguagem, tratamento medicamentoso (para alguns sintomas), fisioterapia, terapia ocupacional, habilidades motoras e atividades cotidianas.

Importante ressaltar que quanto mais precoce for o diagnóstico e início do tratamento, melhores os resultados.

Sabemos que o tratamento é contínuo, desgastante e caro, por isso é importante a participação de entidades pró autistas e instituições especializadas.

 Bem, o conhecimento não tem limites. Eu poderia abordar muitos mitos e verdades a respeito do Autismo, mas meu intuito foi o de apenas aguçar curiosidades sobre os desafios e surpresas que surgem.

E são estes desafios que me levam a cada dia me encantar pelo Autismo e me estimular a conhece-los melhor, superando barreiras e quebrando preconceitos!

 Beijos

Juliana Valarini

 

 Fontes:

 Curso: https://www.portaleducacao.com.br/

 Livros:

GRINKER, Roy Richard. 2010. Autismo: um mundo obscuro e conturbado. Tradução de Catharina Pinheiro. São Paulo: Larrousse do Brasil.

SCHWARTZMAN, J. S.; Assumpção Jr. F.B. – Autismo Infantil. Mennon Eds.; São Paulo, 1995.

Página do Facebook:

Autismo e Intelectualidade (https://www.facebook.com/autismoeintelectualidade?fref=ts)

Legislação

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No Brasil, atualmente contamos com muitas leis e decretos que garantem tanto o acesso como a permanência de crianças com necessidades especiais em escolas de ensino regular.

Sabemos que na realidade, a prática não é bem assim e muitos pais desses alunos já passaram por isso e podem falar melhor do que eu a respeito desse assunto.

Listo aqui algumas dessas leis, diria as principais para consulta e entender um pouco melhor esses direitos:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988.

BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre as necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.

BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtien/Tailândia, 1990.

BRASIL. Decreto n° 186, de 09 de julho de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.

BRASIL. Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Guatemala: 2001.

BRASIL. Decreto n° 6.571, de 17 de setembro de 2008.  Dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na  

BRASIL. Ministério da Educação.  Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. In: Secretaria de Educação Especial / Ministério da Educação.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2006.

O Brasil promulga a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU/2006), por meio do Decreto n° 6949/2009, assumindo o compromisso de assegurar o acesso das pessoas com deficiência a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e adotar medidas que garantam as condições para sua efetiva participação, de forma que não sejam excluídas do sistema educacional geral em razão da deficiência.

O Decreto n° 7.611/2011 corrobora as orientações para a construção de sistemas educacionais inclusivos, que garantam às pessoas com deficiência o acesso ao sistema regular de ensino.

Para a efetivação do direito inalienável à educação, este Decreto, em seu art. 1°, incisos I e III, dispõe: O dever do estado com a educação das pessoas público alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:

I garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades;

III não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência.

SILUK, Ana Cláudia Pavão. Atendimento Educacional Especializado: Contribuições para a prática Pedagógica. Santa Maria: Mec, 2012.

Não nos esquecendo que as leis só terão efeito quando respeitadas e fiscalizadas , pois no nosso caso, a Inclusão é um assunto que diretamente ou indiretamente faz parte da vida de todos.

Fico por aqui e não se esqueçam de acompanharem o blog, que sempre contará com novidades e assuntos de interesse geral.

Um beijo e até mais,

Daniela Gazafi

EQUIPE MATHERNA

Falta de orientação e acompanhamento

Integration, Foto: Serge Waldbillig

Sabemos que o processo de inclusão vem sendo muito discutido atualmente.

Muitas são as opiniões a respeito.

Uma série de legislações vem ao longo da última década contornando a educação especial, em função da educação inclusiva e em consequência afetando a formação dos professores para atuação em sala de aula.

As documentações legais levam os professores a enfrentarem um grande desafio, que precisa ser viabilizado o quanto antes: o de receber o aluno com deficiência na sala comum e no ensino regular. Mas esse novo e grande desafio acaba gerando um grande impacto na sociedade.

Mas este processo de enfrentar o novo envolve não só o professor, mas a comunidade escolar como um todo.

“A escola é um dos segmentos da sociedade que deverá redesenhar-se para atender a todos. O novo desenho da escola não se restringe à sua estrutura física e aos materiais disponibilizados para a aprendizagem, pois é uma escola que reconhece que cada aluno é diferente e o seu desafio consiste em valorizar estas diferenças para o enriquecimento da ação pedagógica.” (Atendimento Educacional Especializado – UFSM – 2012 – p. 87)

Sendo assim, muitas vezes os professores se sentem perdidos, sem saber por onde começar.

E agora? Como proceder? O que fazer?

A necessidade existe e está abraçando o professor.

O que nos cabe é fazer o professor mudar o modo de ver este abraço e principalmente, fazer senti-lo.

O reconhecimento dessa necessidade não torna o professor peregrino solitário em busca por caminhos de ajuda e atualizações, mas é imprescindível que temos que tornar público a necessidade de mostrar ao professor de sala regular que ele não está sozinho nessa. Que existem pessoas interessadas em auxiliá-lo e acolhe-lo em sua ansiedade, medos, dúvidas e angústias.

Talvez de fato, exista sim ainda, e infelizmente também, uma certa resistência nessa aceitação coletiva do novo, mas a vida é assim. Temos que diariamente enfrentar o que não sabemos o que está por vir, e depois de assimilado o desafio, saber acomodá-lo da melhor forma a nossa rotina, no caso da escola, ao nosso planejamento.

Conforme o artigo 58º – §1º da LDB, Lei nº 9394/96, no qual consta que “haverá quando necessário, serviços de apoio especializado na escola regular para atender às peculiaridades da clientela da educação especial” (BRASIL, 1996), o aluno já tem sua “lei” garantida, mas o professor também precisa de serviços de apoio, para que ele, na ausência do profissional da educação especial, possa sem limites e medos, lidar com as habilidades e dificuldades do aluno com deficiência que a ele foi designado.

Só assim, com o acolhimento visto de todas as formas que o professor poderá superar suas limitações quanto à inclusão e fazer enxergar as habilidades que existem nele que ainda não foi estimulada.

Mas como? Que tipo de acolhimento seria esse?

Bem, o simples fato de chegar até o professor e querer ouvi-lo, já é de grande valia, mas sabemos que pode ser mais que isso:

  1. Ouvir o professor em suas angústias, tentar juntos pontuar as dificuldades encontradas (as habilidades também) e tentar achar uma solução para aquele problema encontrado;
  2. Oferecer cursos dinâmicos e interessantes vinculados ao estudo de caso encontrado na escola, pois não adianta nada oferecer cursos só por oferecer, sem dar funcionalidade a ele;
  3. Roda de conversa com toda a equipe escolar (digo toda mesmo: docentes e não docentes) para abordar o caso, pois sabemos que coletivamente podemos compartilhar ações e ter novas ideias e planejamentos;
  4. Convidar a família constantemente para que o professor possa conhecer o histórico de vida do aluno e fazer links com a rotina do aluno em sala de aula/escola;
  5. Conhecer os outros profissionais que atuam com o aluno, para que o professor possa compartilhar algumas situações encontradas e ser orientado da melhor forma possível;
  6. Ter algum profissional habilitado para lhe dar um suporte, lhe estimular uma confiança, para que sozinho, ele possa conduzir a aula sem medos e aflições.

Os professores também precisam ser respeitados tendo ou não leis que os amparam, afinal, são cidadãos como qualquer outro (com ou sem deficiência) e como tal, precisa ser incluído na sociedade.

E pra você?

A inclusão se restringe somente ao aluno com deficiência?

Compartilhe conosco sua opinião.

Forte abraço

Joana

Equipe Matherna